Violência Policial: O verdadeiro “demônio” é o ESTADO
Policiais x população periférica. Quem organiza essa guerra? Em 2019, o DataFolha divulgou uma pesquisa que apontou que 51% da população tem medo da polícia. No carnaval de 2024 a escola de samba VAI VAI levanta a discussão sobre a maneira como a polícia é vista pela maioria da sociedade, ilustrando o Choque como demônios […]
14 fev 2024, 14:47 Tempo de leitura: 2 minutos, 48 segundosPoliciais x população periférica. Quem organiza essa guerra?
Em 2019, o DataFolha divulgou uma pesquisa que apontou que 51% da população tem medo da polícia. No carnaval de 2024 a escola de samba VAI VAI levanta a discussão sobre a maneira como a polícia é vista pela maioria da sociedade, ilustrando o Choque como demônios na ala “Sobrevivendo no inferno”. Um momento oportuno para que a secretaria de segurança pública olhe para a polícia e veja se de fato não está formando demônios.
Soldados mal pagos, maltratados, sem suporte emocional e de saúde, expostos ao risco constantemente. Treinados numa lógica antiquada e inadequada aos avanços sociais que tivemos. Olhar o problema das polícias é competência do Estado. Policiais são algozes rondando a casa de muita gente pobre trabalhadora, isso é inegável. Os policiais agridem jovens periféricos em abordagens truculentas sem nenhuma justificativa, isso também é inegável. Policiais estão matando dezenas na Operação Escudo chamada pelo secretário Derrite, enquanto deixam comunidades inteiras em pânico.
Mas não estamos falando apenas das comunidades, e sim de um todo de bairros periféricos que formam a grande maioria social do nosso estado e da capital. No entanto, o governo de São Paulo não parece estar preocupado nem com a população, nem com as polícias.
No último orçamento destinado à segurança pública para o ano de 2024 houve uma queda de 90% no investimento (aquisição de materiais e imóveis, obras, realização de programas especiais de trabalho, etc.). O menor investimento dos últimos 5 anos na pasta. Portanto, pode-se afirmar que não haverá investimentos em segurança pública este ano, mas apenas a manutenção mínima do que já existe. Precarização que segue.
A deputada Monica Seixas, do Movimento PRETAS do PSOL, entende que como mandato estadual é também seu dever propor leis que possam ajudar a sanar esses problemas, por isso seu mandato propôs dois Projetos de Lei na tentativa de minimizar os casos de violência promovidos e sofridos pela polícia militar. O primeiro o PL 738/2023 que obriga o uso de câmeras nas fardas e viaturas, o que comprovadamente, através dos dados coletados nas corporações que adotaram o uso do equipamento, reduz drasticamente a letalidade dos policiais e pelos policiais. E o segundo o PL 821/2023 que torna obrigatória a assistência médica, psicológica, policial e de proteção aos policiais vítimas de violência dentro ou fora da corporação. Ambos projetos tramitam na Assembleia Legislativa e apesar da solicitação de urgência, seguem estagnados.
Além disso, Monica esteve à frente numa árdua batalha quando o governo Tarcísio aumentou somente o salário dos de alta patente, deixando os policiais praça (os que se arriscam todos os dias nas ruas) por último e com o menor saldo.
Não queremos uma sociedade que odeie a polícia, então precisamos preparar a polícia para atender a expectativa dessa sociedade. Uma polícia que inspire segurança e não medo. No governo de Tarcísio de Freitas soa como utopia, mas ele passará e nós passarinho. Luta que segue! Vida longa ao samba da VAI VAI!
Por Anne Senir