Carnaval de Sangue: Nova fase da operação escudo promove mortes no litoral paulista

Desde o início, a Operação Escudo já matou mais de 30 pessoas.  Até quando vamos perder vidas? Desde de que Guilherme  Derrite, secretário de Segurança Pública, anunciou uma nova fase na Operação Escudo, em 27 de janeiro, após o triste assassinato de Marcelo Augusto da Silva, a situação ficou bem tensa no litoral paulista. Mas, […]

14 fev 2024, 15:11 Tempo de leitura: 2 minutos, 59 segundos
Carnaval de Sangue: Nova fase da operação escudo promove mortes no litoral paulista

Desde o início, a Operação Escudo já matou mais de 30 pessoas. 

Até quando vamos perder vidas?

Desde de que Guilherme  Derrite, secretário de Segurança Pública, anunciou uma nova fase na Operação Escudo, em 27 de janeiro, após o triste assassinato de Marcelo Augusto da Silva, a situação ficou bem tensa no litoral paulista. Mas, o clima se acirrou ainda mais após a morte do soldado da Rota  Samuel Wesley Cosmo, no dia 02. Desde o inicio de tudo, em julho de 2023, a catastrofica operação deixou mais de 30 mortes, 958 presos, bem como gerou uma série de denúncias de tortura e abuso de poder. 

Sob o comando de Derrite, a polícia realizou  em menos de seis meses, mais uma nova etapa da Operação Escudo. Na primeira, a meta era vingar a morte de Patrick Bastos Reis, soldado da Rota, morto por uma arma não identificada. O Estado permitiu que diversos batalhões entrassem em favelas do litoral matando e prendendo cidadãos, sem voz de prisão, sem interrogatório. Reforça-se aqui que as pessoas levadas à delegacia, foram tratadas como envolvidas e não suspeitas..

Inclusive, já na primeira semana da operação, a polícia afirmava que todos os envolvidos na morte do soldado tinham sido identificados e levados à delegacia. Mesmo assim, a operação seguiu por mais de um mês provocando inúmeras mortes, reforçando a ideia de que para o Estado vidas de negras e pobres não importam. Infelizmente, o ciclo de violência foi instaurado no litoral, a reação do crime organizado feriu e matou diversos policiais também. 

A operação e todas as suas fases passaram por cima de todos os Direitos Humanos existentes. O Estado alega que houve trocas de tiros, mas muitas testemunhas alegam que as vítimas suplicaram por suas vidas. 

No primeiro ano do programa Olho Vivo, que contempla a implantação de câmeras nos uniformes dos policiais,  o número de mortes por interferência policial caiu 80%, assim como as agressões de pessoas abordadas. Apesar dessas pesquisas serem de 2022 os números se mantêm nas companhias que utilizam as câmeras, sem diminuir a efetividade do agente, protegendo tanto os policiais quanto a população. Entretanto, os agentes da Operação Escudo, em sua maioria, não  são obrigados a usar a câmera, criando um grave empecilhos para a resolução dos crimes e abusos.

A câmera corporal do último soldado morto conseguiu gravar o rosto do assassino, porém até o momento a polícia não prendeu nem fez menção a nenhum suspeito. A população periférica da baixada santista continuará sofrendo no meio desta guerra entre criminosos licenciados e criminosos sem licença para matar. A falta de transparência por parte da SSP em relação às pessoas assassinadas pela polícia só traz mais a certeza de vingança e a criação de uma milícia.

O Brasil não aceita pessoas pretas e pobres, mesmo que estas façam parte parte da construção deste país, a polícia não está aqui para defender a população, sim dos mais ricos. Esse é justamente o motivo da existência da Polícia Militar, são descendentes dos Bandeirantes, que tinham como principal função caçar escravos e destruir quilombos e aldeias, depois passaram a repreender revoltas a mando da coroa portuguesa.

Por Breno Neves